“Mas, que importa? O importante é que de qualquer forma, seja por motivos falsos ou verdadeiros, Cristo está sendo pregado, e por isso me alegro. De fato, continuarei a alegrar-me...” (Filipenses 1:18)
Não sei identificar o que sufoca mais: raiva, dó (disfarçada de piedade) ou apenas uma indignação com a cegueira e aceitação de tudo que lhe é imposto por alguém determinado como um superior (seja espiritual, profissional, governamental).
Porque não acredito que alguém aqui possa repudiar a luta contra o governo em 1984 (Diretas Já), quando o povo lutava contra uma ditadura em favor do seu direito civíl.
Quando seus pais perderam todas as economias da família na poupança, não chamaram de “rebeldes” os que com a cara pintada derrubaram o tirano da presidência.
Maaaaaasssssssss, como todo “trecho de texto” fora de contesto é pretesto... Fica fácil identificar nossa cegueira, ainda mais num povo motivado pelo temor de Deus, amor e desejo de fazer o bem. Acreditando nas verdades do líder espiritual que busca, afinal, o mesmo objetivo: Almas salvas em Cristo.
Pra mim, os fins não justificam mais os meios. Até aceito que preguem o evangelho por competição e inveja (como aconteceu em Filipenses 1:12-19), só que não da mais pra ficar no meio do povo justificando a própria imparcialidade manipulando a Palavra fora totalmente de seu contexto!!!
Não sou nenhuma teóloga, grande conhecedora de hermenêutica, mas tem coisa que pô, basta ter concluído a 8ª série tirando C em português pra entender... (rs)
“Porque Davi teve chance de ferir Saul”
“Não toque no ungido”
“Todo governo é determinado por Deus”
Eu concordo com essas e outras afirmações bíblicas, mas quem disse que um homem que por outros homens foi escolhido pastor, líder, apóstolo é espiritualmente superior a massa que denominamos “ovelhas”??? Quem disse que possui mais ou maior unção? Será que seu “governo” (governo???) foi determinado pelo Senhor? Gente, onde está escrito isso?! Antes de me monstrar um monte de texto do antigo testamento, falar de Eliseu e Elias (outro caso bemmmm diferente), lembro-me bem de estar na época da NOVA e eterna aliança através do sacrifício de Jesus Cristo! Ou estamos debaixo da lei e não da Graça? Enfim, daria muito pano pra manga, deixa pra outro dia, vamos voltar ao primeiro assunto...
Será que ninguém nota que todos amamos, respeitamos e nos submetemos com temor a liderança de um pastor até que o dito-cujo comete algum exagero, ou uma grande sacanagem, então esse mesmo corpo que amou, apoiou, e creu estar em plena obediência ao Senhor passa a repudiá-lo?
Ja presenciei um caso na igreja, em que um forte homem de Deus (rs) era conhecido pelo seu chamado de libertação, ajudando muitos jovens em sua angústia, mas por decisões pessoais, talvez pecados, talvez sei la o que (já que só um lado da história foi ouvido), esse mesmo homem virou uma referência negativa pelo que fez (o que fez? Casou “sem a bencão do líder”? Assumiu uma nova postura doutrinária?) E ouvi muitas ovelhinhas sem conhecimento de causa tomando seu nome para pregar sobre mal-exemplo de conduta, rebeldia, etc.
Isso foi triste... Tão triste quanto se alguém agora generalizasse todos os belos feitos de um ministério baseado no erro de meia-dúzia de líderes que abusaram do poder e confiança lhe conferidos pelo rebanho. Tão triste quanto descer a lenha num cristão que expõe sua opinião (contrária) referente a interpretação dos textos bíblicos. Tão triste quanto a incapacidade de distinguir o "discernir” do “julgar” e por fim acabar defendendo-se de um suposto julgamento, julgando ainda mais...
Já ouvi dizer: “Olhe para o homem espiritual, não pro natural”. Me poupe... Tentaram te enganar com essa também? (rs). Na boa, eu sou uma pessoa única. Meu espírito luta contra a carne e a minha carne contra o espírito, o bem que eu quero esse não o faço, já o mal que eu não quero fazer, faço... E isso não me da o direito de ser cruel e aceitável ao mesmo tempo.
Será que quando levantado pelo homem, Deus não sabia da realidade do caráter do infeliz?! Não se choque com o que ainda virá... Nem tudo que é feito pelo homem, é obra de Deus... Nenhum grande líder tem uma conexão 24h de revelação, ele pode tomar decisões erradas... Motivadas por sentimentos, emoções ou razões que não são do Reino, muitas vezes querendo acertar, em outras querendo ajudar alguém, se dar bem, se safar...
A Bíblia da direções claras de como deve ser a vida e a conduta de um líder eclesiástico (I Timóteo 3). Mas a gente tem se conformado com um “coleguismo” (não sei nem como chamar), passando a “obedecer” pastores, apóstolos, patriarcas, como verdadeiros gurus, homens de revelação direta, óóóóhhhh!!!
Diante disso tudo, o que eu faço? Grito? Quebro tudo? Viro uma desigrejada? Discordo de todo sistema?
Não... Procuro a verdade nas escrituras... Procuro meditar na Palavra de Deus, a luz para o nosso caminho. Erros? Vou cometê-los, mas ali haverá o consolo e a correção. E quanto aos demais? E quanto a Igreja? Vejo que as funções tem muito mais a ver com dons do que com cargos e o respeito tem muito mais a ver com o amor do que com a obrigação. Paulo era submisso a Pedro, mas o exortou a tempo em Gálatas! Isso não fez dele um rebelde, mas um apaixonado por Pedro, por Cristo e pela Igreja.
Ufa, desabafei.
Sejamos Bereanos...
Os bereanos eram mais nobres do que os tessalonicenses, pois receberam a mensagem com grande interesse, examinando todos os dias as Escrituras, para ver se tudo era assim mesmo. (Atos 17:11)
